Conservadorismo Versus Democracia

Neste texto explicarei por A + B por que a democracia e o sistema político são incompatíveis com o conservadorismo e apresento a alternativa conservadora.

Como definir o que é correto?

O que define o certo e o errado, a opinião da maioria, o que tá na lei, ou a moral e a lógica? Qual é o parâmetro do conservadorismo? E da democracia?

Na época da escravidão era considerado criminoso, sujeito fora da lei, quem libertasse escravos sem pagar a alforria. Mas a moral cristã sempre condenou a escravidão. A legislação não define o que é correto.

Há aqueles que afirmam que devemos nos ater a alterar leis imorais em vez de descumpri-las independentemente do que está no papel. Quem diz tal asneira provavelmente não libertaria um escravo ilegalmente se tivesse a chance. E pior, como é que se aprova leis justas em um país comandado por bandidos, cujo sistema político privilegia a eleição dos maus?

Vamos imaginar um sistema político verdadeiramente representativo, em que os políticos espelhem exatamente os valores de seus eleitores. Mesmo nesse sistema imaginário, delirante, seria correto se a maioria decidisse restaurar a escravidão? A opinião da maioria também não define o que é correto.

A deterioração democrática da moral

Por que tem um sentido negativo nas expressões e termos como "sujeito fora da lei" e "ilegalidade"? Porque o sistema político é democrático.

As pessoas tendem a se influenciar pela opinião da maioria e os parâmetros morais da sociedade não são exceção. E é exatamente por isso que a legislação influencia os valores sociais, porque, em tese, as leis são escritas por políticos que representam a população.

É por causa da democracia que alguém fora da lei é considerado alguém mau-caráter, mesmo que uma moral superior diga o contrário. São exemplos a educação domiciliar, contratar empregado informalmente e não pagar impostos até a falência. Pois são vistos como irresponsabilidade parental e ganância, respectivamente.

O teatro democrático

A democracia cumpre muito bem seu papel de fachada. Tudo é feito em nome do povo e para o povo, mas a realidade não poderia estar ainda mais distante desta fantasia. Veja nesse meu outro texto como funciona o sistema político e entenda como está a anos luz de um sistema representativo, caso você tenha caído de paraquedas no assunto e ainda não saiba disso.

Por o sistema político não ser representativo, qualquer alteração legislativa tem que ceder a inúmeros interesses escusos para ser aprovada. Não é diferente para conservadores que se aventurem nessa jornada. Inescapavelmente são pressionados a ceder seus valores conservadores para apresentar qualquer trabalho feito às suas bases eleitorais.

Pior que estar em um regime autoritário, é estar em um que tenha a aparência de democracia. Assim, os políticos conservadores são obrigados a ceder seus valores e as massas, que são influenciadas moralmente pela legislação, têm uma visão completamente deturpada do conservadorismo. Portanto, não é possível atuar dentro do sistema político e ser conservador ao mesmo tempo.

A alternativa conservadora

Os conservadores têm que ganhar espaços na educação, na música, na literatura, na mídia e em tantos outros ramos culturais. Porém, é impossível competir culturalmente contra movimentos que já ocupam esses espaços sem antes destruir o sistema que os mantém e que nos sufoca. Do contrário, seria como tentar curar um peixe de aquário sem antes limpar a água que o adoece.

Este projeto é o estudo de uma estratégia para trocar o atual sistema político por um outro com muito menos concentração de poder e corrupção, um sistema que não sirva a interesses particulares, o sistema municipalista. Tal troca pode ser feita via referendo (voto direto), bastando haver apoio das massas. Apoio esse que pode muito bem ser obtido através de valores que já estão presentes na mentalidade popular.

O apoio popular massivo é o suficiente para trocar de constituição via referendo, constituição essa escrita pelo movimento que propagar a causa. Lembre-se de que a constituição e as leis atuais são obedecidas por supostamente serem frutos da democracia. Portanto, não há empecilho jurídico, político ou midiático que possa parar uma exigência do povo pelo voto direto.

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